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Decisão de reduzir os juros da casa própria aquecerá mercado

O anúncio da queda dos juros do crédito imobiliário em 1,25 ponto percentual, feito ontem pela Caixa Econômica Federal, animou os mercados da construção civil e imobiliário em Minas Gerais. Na avaliação de representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado (CMI-Secovi), a medida ocorre em um momento em que esses setores começam a dar sinais de recuperação após perdas acumuladas no período de recessão, podendo acelerar o processo de retomada.

De acordo com o banco, as taxas mínimas passaram de 10,25% para 9% ao ano para imóveis do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 11,25% para 10% ao ano, para imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). No SFH estão imóveis residenciais de até R$ 950 mil no caso de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, sendo que nos outros estados esse limite é de R$ 800 mil. Os imóveis residenciais acima do limite do SFH são enquadrados no SFI.


As mudanças já estão valendo. O presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, disse que a redução de juros facilita o acesso à casa própria e contribui para estimular o mercado imobiliário e suas cadeias produtivas.


Além de reduzir juros, a Caixa também alterou o limite de cota de financiamento do imóvel usado, que passou de 50% para 70%. Também foi retomado o financiamento de operações de interveniente quitante, ou seja, de imóveis com produção financiada por outros bancos, com cota de até 70%. A Caixa possui R$ 82,1 bilhões para o crédito habitacional para 2018, o mesmo montante que no ano passado. O banco mantém a liderança no setor com cerca de 70% das operações para aquisição da casa própria.


O banco mantém a liderança no setor com cerca de 70% das operações/ LinclnYoshihashi


Benefícios - Segundo o vice-presidente do Sinduscon-MG, Evandro Veiga Negrão de Lima Júnior, a medida tem impacto positivo, já que implica redução da parcela do financiamento, levando um número maior de pessoas a se tornarem aptas a tomar financiamentos imobiliários. “O mercado imobiliário é muito dependente de taxas de juros e oferta de crédito. Então esse é um passo importante para a melhoria do setor”, disse. Ele explica que a tendência é que o segmento acompanhe o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que este ano pode ficar em 3%. Mas, segundo ele, com a redução dos juros imobiliários pela Caixa, essa projeção pode ser alterada para cima. “É um ano de retomada do mercado, no qual deve haver uma oferta maior de lançamentos, que ficaram reprimidos nos anos anteriores”, completou. Na avaliação de Negrão de Lima Júnior, há espaço para novas quedas de juros ainda este ano. “A taxa Selic vem caindo sistematicamente e os juros do financiamento imobiliário não acompanharam essa redução. É importante que haja o alinhamento entre as taxas de juros”, diz. Presidente da CMI-Secovi, Cássia Ximenes reforça que a medida leva ao aumento da população que poderá ser servida pelo financiamento. Ela ainda pondera que há uma demanda reprimida em função dos últimos anos de crise. “As pessoas estão com mais confiança, pois estamos vivendo um momento de maior estabilidade econômica. Com a queda dos juros, podemos dizer, com mais tranquilidade para o nosso cliente, que é um excelente momento de compra”, afirma Cássia Ximenes. Ela informou que já há um movimento de recuperação do setor. Como exemplo, ela cita que uma das empresas com expressiva atuação no mercado imobiliário de Belo Horizonte realizou pesquisa apontando que o número de dias que um imóvel fica disponível teve redução de 6,2% em março, no comparativo com fevereiro.


Concorrência- O presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG), Silvio Saldanha, afirma que a redução dos juros da Caixa foi motivada pela concorrência, o que acabou beneficiando o mutuário. Segundo ele, nos primeiros meses de 2018, os bancos privados estavam com taxas de juros mais competitivas, sendo que a Caixa era o único banco com contratos acima dos 10%. “Os bancos privados estavam abocanhando uma fatia importante do mercado. Quem ganha nessa disputa é o mutuário”, destaca. Saldanha dá um exemplo de como a redução de juros pode ser significativa no total do financiamento. Levando-se em conta um imóvel de R$ 200 mil que deve ser pago no prazo de 420 meses, a redução no valor chega a R$ 87.500. Com a taxa de juros a 10,25%, a prestação é de R$ 2.184, 52, sendo que, com a taxa de 9%, o valor cai para R$ 1.976,19. A diferença mensal é de R$ 208,33 e, ao longo dos 420 meses, chega aos R$ 87.500.

Mas ele alerta para que o consumidor não compare somente as taxas de juros. Na hora de fazer o financiamento do imóvel, é importante saber o custo efetivo total da operação, que leva em conta, além dos juros, outras taxas cobradas pelos bancos.


Reportagem de Ana Amélia Hamdan para o Diário do Comércio

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